terça-feira, 7 de junho de 2011

Balanço do Arraiá Sustentável e planos futuros

o Instituto Boa Sorte fica num fosso profundo, quase em uma bacia geológica cercada de serras. Um lugar no município de Caiçara do Rio dos Ventos no sertão do Rio Grande do Norte.
Neste habitat preservado escondem-se guaxinins, gatos do mato, cobras de veado, jararacas, veados e raposas. São esses animais e outros espíritos expressos e impressos no sertão de folhas verdes ou secas que guardam a memória, o imemorial daquilo que é a experiência sertaneza.
No dia 4 de junho de 2011 tivemos a oportunidade de contar com o malungo e menestrel Alan Rocha e sua esposa e companheira Aline. Em uma noite na qual tivemos um sanfoneiro pé duro, Alan salvou a noite tocando com maestria composições reveladoras daquilo que é do inconsciente deste nosso sertão nordestino.
Momentos como a noite de sábado passado ajudam a transmitir e irradiar a cultura sertaneza em rincôes do Nordeste, como o Rio Grande do Norte. Precisamos aprender, compartilhar o que é a cultura envolta em torno de violeiros e cantadores, pois como foi constatado com a apresentação de Alan, no caso do RN, muitos desconhecem a cultura sertaneza.
Estamos perdendo uma batalha contra a música midiática transmitida nas TVs, nos programas de auditórios e nas rádios. Todos os esforços em prol da legítima cultura sertaneza orgânica e remetente ao sertão absoluto e profundo são válidos. Alan deu sua contribuição para esse nosso esforço realizado no RN com desprendimento e motivação. Gostaríamos que em edições futuras contar com mais participantes e colaborações. Muito obrigado Alan. Você ajudou a plantar uma semente para futuras cantorias no sertão do Rio Grande do Norte. Que possamos irradiar esta cultura sertaneza. Que ela esteja viva neste período junino.

Julio Francisco Dantas de Rezende
Caiçara do Rio dos Ventos
Sertão do Rio Grande do Norte
Instituto Boa Sorte