domingo, 23 de março de 2014

Felicidade e Facebook - Julio Rezende

Por que falar sobre felicidade?

Uma propaganda de TV em sua mensagem questiona: O que faz você feliz?

A felicidade é tema comum para o Facebook. O Facebook é o grande fórum da felicidade. O Facebook é o grande fórum das emoções.

Procuramos através do Facebook não apenas expressar alegrias, mas também compartilharmos preocupações, revoltas, oportunidades.

Geralmente no Facebook há uma tendência de indivíduos postarem situações que reforçem situações de alegria. Geralmente são viagens, realizações, encontros. Faz parte do "posicionamento", como um produto, apresentarmo-nos bem como uma mercadoria de supermercado fotografada para um encarte publicitário.

E aquele indivíduo que não está bem emocionalmente? Muitas vezes são pessoas encarceradas em problemas de saúde, relacionamentos, finanças.

Aquele que enfrenta morte de um filho, de uma mãe, como falar de felicidade?

Aquele que tem divida, como falar em felicidade?

Aquele que sofre, como falar em felicidade?

No Facebook, há um embate entre aqueles que compartilham felicidade e aqueles que não compartilham nada isso, quer dizer: não concordam em compartilhar nada que seja uma apologia a alegria, a não ser que seja seu próprio feito, sua própria ação, o seu rompante de alegria.

Estudos indicam que o Facebook pode proporcionar depressão, pois o indivíduo pode ver na vida do outro uma experiência mais positiva que a sua e não ver possibilidades ou circunstâncias para alcançar o referido status.

Assim, o Facebook é um local de alegria e tristeza que convivem ao se comparar distintas experiências de vida.

De certo, modo o facebook é um espelho da vida, do mundo real, das conversas que observamos no nosso dia a dia, da inveja, do ciúme.

É natural, alguém não estar satisfeito com sua vida por alguma situação.

A partir dessas considerações, questiono: é possível falar de felicidade ou esse é um tema incômodo?

Sim, é necessário falar de felicidade. Falar de felicidade é falar sobre as nossas próprias emoções; sobre como convivemos com elas.

A felicidade tem haver com uma capacidade de construir circunstâncias que contribuam para se estar bem. Precisamos estar bem emocionalmente para conseguir estudar; contruir conhecimentos; realizarmos boas escolhas; pensarmos em modelos de negócio que funcionem; sermos aprovados em um curso superior; sermos aprovados em um concurso público ou em um processo seletivo para uma empresa; escolher uma pessoa para nos relacionarmos. Tudo isso está relacionado às nossas emoções.

Sim, felicidade é um tema incômodo, pois muitas pessoas preferem não examinar suas próprias emoções e verificar que existem feridas que supõem que não merecem ser enfrentadas. Desse modo, nossa vida continua misteriosa para nós próprios. Prefere-se a ignorância!

 Em um tempo de violência, a felicidade, a busca por uma sociedade mais feliz, que enfrenta suas contradições, que busque a construção de um status de qualidade vida é emergente.

Observe que sobre felicidade não abordei nada sobre ter maior riqueza material. Enfatizo necessariamente em ter melhores relações com outras pessoas, com o ambiente e com nós outros, reconhecendo fraquezas e verificando o valor de nosso poder pessoal.

Falar sobre felicidade ou simplesmente viver envolve estarmos atentos às nossas emoções.


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